quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A mulher de Provérbios 31

Veja que interessantes essas declarações:

A madre estéril – nunca se farta (Prov. 30:16).
A mulher adúltera: come, e limpa a boca, e diz: Não cometi maldade (Prov. 30:20).
A mulher desdenhada quando se casa; a serva quando se torna herdeira da sua senhora – fazem estremecer a Terra (Prov. 30:23).

Em Provérbios 30 vemos uma série de frases que, a princípio, parecem desconexas e sem sentido. São muitas coisas que, imaginamos, o autor aprendeu ao longo de sua vida que não deve ter sido nada comum. Trazem algumas constatações interessantes. Mas não deixam de nos intrigar.

Porém, o que mais me chama a atenção é a constante referência às mulheres. E eu queria falar bem rapidamente sobre elas, antes de prosseguir:

A mulher estéril: algumas mulheres que não conseguem ter filhos, com o tempo, acabam se tornando obcecadas com isso, a ponto de chamarem a menstruação de monstra, visto que ela representa que seu sonho não se realizou. Desentendem-se com os cônjuges, e passam a viver em função de engravidarem, apenas. Isso se torna, em muitos casos, como um deus na vida dessas mulheres, que acreditam que nunca serão verdadeiras mulheres se não forem mães. Mas notem bem os pronomes que usei: algumas e muitos.

A mulher adúltera chega a um ponto em que passa a achar certo o que faz, afinal de contas, não matou, não roubou... Mas e as vidas que prejudicou? Uma mulher que consente em se relacionar com um homem casado ou mesmo solteiro, sendo ela a casada, traz uma série de prejuízos, não só para o homem com quem está ou sua família, mas especialmente para ela. O mais interessante é a linguagem que se usa: come e limpa a boca. É como se a mulher fizesse algo bem corriqueiro, como se, para ela, aquilo nada significasse.

E por fim, a mulher desdenhada quando se casa e a serva quando herda os bens de sua senhora: fazem a Terra estremecer. Há algumas coisas piores que uma mulher irada, embora poucas, mas há algo pior que um homem ou mulher arrogante? Que se sente um verdadeiro rei ou verdadeira rainha, mesmo sem ser? E a mulher que ganha sem nada merecer, e, do nada, de pobre se torna milionária? Nem é preciso falar muito, creio que todos conhecemos a altivez de um “novo rico” ou “emergente”...

Mas o mais interessante é que, logo depois, no capítulo 31, vem a descrição de uma mulher diferente, uma mulher virtuosa, podemos dizer assim. Não se sabe quem escreveu esse capítulo, não se conhece esse rei Lemuel, alguns acreditam que esse foi o nome que a mãe de Salomão deu a ele, mas não se tem certeza se isso é fato. O que me chama a atenção é como foi colocado bem depois de um texto que fala também de mulheres. É mais ou menos como se Deus estivesse querendo dizer: “Vejam, vocês acabaram de ver características que não são apreciadas em uma mulher, mas agora vou lhes mostrar como eu gostaria que a mulher fosse”.

E ao lermos os dois capítulos, as comparações são inevitáveis:

A mulher de Provérbios 30 nunca se farta, sempre quer mais e mais, a de Provérbios 31 “abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado”.
A mulher de Provérbios 30 é adúltera, a de Provérbios 31 é fiel ao marido e louvada por ele.
A mulher de Provérbios 30 faz tremer a Terra, a de Provérbios 31 atende ao bom andamento de sua casa.

Eu quero muito ser a mulher de Provérbios 31. E você?

“Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.” – Prov. 30:28 e 29.

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