quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Tudo vem de Ti

Existem pessoas que acham que tudo ou quase tudo que acontece em suas vidas é por causa delas mesmas. O mérito é delas, afinal, foram elas que se esforçaram, elas que deram duro, elas que batalharam.

Isso pode até parecer verdade quando a gente pensa em algo que fizemos sem a ajuda de ninguém. É como se fosse um marco, um ritual de passagem para a vida adulta. Antes, andávamos sempre com um adulto ao nosso lado, nos levando daqui para lá, nos orientando, pagando as nossas contas... Depois, nós mesmos é que passamos a fazer isso. Estudamos, trabalhamos, cuidamos de uma casa, pagamos contas, viajamos, etc. E pensamos: "fiz isso sozinho(a), o mérito é todo meu". Mas será que é verdade?

Vamos recorrer à Bíblia:

Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. (Deuteronômio 8:17-18)

Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, os tiver lançado de diante de ti, não digas no teu coração: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela maldade destas gerações, é que o SENHOR as lança de diante de ti. Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. (Deuteronômio 9:4-5)

Tudo que aconteceu ao povo de Deus no passado serve de lição para nós hoje. Afinal, se você se considera cristão, você faz parte do povo de Deus de hoje, do Israel Moderno. E a mensagem dada é bem clara: não foi você que conquistou isso (coloque o que quiser aqui) sozinho. Foi Deus que te deu forças para que pudesse alcançar o que almejava.

Somos tentados a achar que conseguimos nossos objetivos com nossos próprios méritos e Deus apenas "deu uma forcinha". Claro que falamos de Deus, pois não queremos parecer pagãos, ou hereges. Mas se realmente formos cristãos verdadeiros, não vamos dizer que foi tudo mérito nosso e Deus apenas abençoou. Vamos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Vamos entender que tudo que fizemos, foi porque Deus nos deu saúde, força, capacidade, talento, bens materiais, enfim, tudo que foi necessário para que realizássemos o que quer que fosse, e portanto Ele é o único digno de honra, louvor e gratidão. Vamos perceber que nada somos sem Ele, que os méritos são dEle e que nós somos apenas instrumentos em Suas mãos para levar a cabo Sua obra.

Certo estava Davi quando disse: Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos. (I Crônicas 29:14)

Porque, disse Jesus, sem mim nada podeis fazer. João 15:5


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Aos jovens...

Andei lendo algumas coisas esses dias, que merecem ser compartilhadas:

A futura habitação dos justos, sua eterna recompensa, eis enobrecedores temas para a contemplação dos jovens. Atentai para o maravilhoso plano da salvação, o grande sacrifício feito pelo Rei da glória a fim de serdes elevados pelos méritos de Seu sangue, sendo afinal exaltados pela obediência ao trono de Cristo. Este assunto deve ocupar a mais nobre contemplação do espírito. Ser levado às boas graças de Deus - que privilégio! ... (Ellen White, Mensagens aos Jovens, p. 383)

Pensar nas "coisas do alto", é, a um mesmo tempo, necessário e privilégio...

Jovens amigos, vi que com uma ocupação e entretenimento desta natureza, poderíeis ser felizes. O motivo, porém, de vos sentirdes desassossegados, é não buscardes a única Fonte verdadeira de felicidade. Estais sempre procurando fora de Cristo a alegria que unicamente nEle se encontra. NEle não sofrem decepção as esperanças. A oração ... oh! como é negligenciado este precioso privilégio! A leitura da Palavra de Deus prepara o espírito para a oração. Uma das maiores razões por que tendes tão pouca disposição de chegar mais perto de Deus mediante a oração, é vos haverdes incapacitado para essa sagrada obra por meio da leitura de histórias fascinantes, as quais têm estimulado a imaginação e despertado profanas paixões. A Palavra de Deus se torna desagradável, a hora de oração é esquecida. (Idem, p. 383)

Nós, porém, preferimos gastar nosso tempo com coisas mais "empolgantes". E assim vamos perdendo a vontade de orar e ler a Palavra de Deus. Esquecemo-nos daquEle que nos deu a vida, daquele em quem "vivemos, nos movemos e existimos". Como podemos ter vida plena se deixamos de lado Quem nos deu e nos dá a vida?

Cristo Se regozija quando os pensamentos dos jovens se ocupam com os grandes e enobrecedores assuntos da salvação. Ele entra no coração de todos esses como hóspede permanente, enchendo-os de alegria e paz. E o amor de Cristo na coração é como "uma fonte a jorrar para a vida eterna". João 4:14. ... Os que possuem tal amor se deleitarão em falar das coisas que Deus tem preparado para os que O amam. (Ibidem, p. 390)

Queremos fazer Cristo feliz conosco? Precisamos, eu e você, meditar nEle e em Seu amor por nós. Assim, sentiremos mais e mais vontade de estarmos com Ele, de fazermos o que Lhe agrada, e nos afastaremos daquilo que O entristece e que nos faz tanto mal...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Razão ou emoção?

Hoje, fazendo o culto em casa com meu esposo, me deparei com a seguinte citação:

São provados por Deus mediante Sua Palavra. Não devem esperar por emoções maravilhosas, antes de crerem que Deus os ouviu; os sentimentos não devem ser seu critério, pois as emoções são mutáveis como as nuvens. Devem ter alguma coisa sólida como fundamento de sua fé. A palavra do Senhor é palavra de poder infinito, com o qual podem contar, e Ele disse: “Pedi e recebereis” (Jo 16:24). Olhem ao Calvário. Não disse Jesus ser Ele seu advogado? Não disse Ele que se pedirdes qualquer coisa em Seu nome o receberão? [...] (Ellen White, Meditações Diárias "Jesus meu Modelo", 05/12/09)

Foi interessante ler isso porque muita gente pensa que certas "emoções" ou sensações percebidas são "sinais claros" de que Deus quer que você faça isso ou aquilo, ou de que tal coisa vai acontecer desse ou daquele modo.

Infelizmente, nem sempre é assim. Creio piamente que Deus pode nos fazer sentir uma centena de coisas, a fim de nos fazer entender algo. Às vezes sentimos medo, achando que não devemos fazer algo, ou irmos a tal lugar. Às vezes sentimos uma necessidade estranha de falar com alguém e depois descobrimos que foi o que aquela pessoa estava precisando exatamente naquele momento. Isso acontece sim. Mas não sempre. Muitas vezes, é apenas autossugestão. Queremos tanto algo, que começamos a imaginar coisas. Nossos sentimentos não são confiáveis. "Siga o seu coração"? Não poderia haver conselho mais maldoso. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9)

Já outros ficam esperando algum "sinal do Céu" para que saibam que o caminho que está sendo proposto a eles é realmente o caminho da salvação. Se você já leu a Bíblia, já entendeu o assunto, já teve a certeza de que as coisas realmente são como são, não há necessidade de mais sinais. Basta a razão. A mesma escritora que citei antes disse o seguinte: Não devemos esperar por alguma ocasião especial, mas entregar-nos a Ele hoje, recusando-nos a ser servos do pecado. [...] (idem)

Portanto, não confie apenas em emoções, sensações. Não espere fogo cair do céu. Isso pode acontecer, sim, como pode nunca acontecer, se Deus já tiver mostrado a você tudo que julgou necessário para que você creia. E se isso aconteceu, não adianta esperar "milagres". O maior milagre já foi feito. Basta você deixar um pouco o emocional de lado, e usar a razão.

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Romanos 12:1

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ouvindo Sua voz

Você conhece a história de Balaão? Provavelmente já deve ter ouvido falar dele, bem como de sua jumenta "falante". A história toda da vida desse homem é por muitos desconhecida, bem como importantes lições contidas nela, e alguns se lembram apenas do episódio em que sua jumenta falou. Mas hoje eu queria comentar sobre o que aconteceu antes do animal falar...

Ora, Balaão ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos, com ele. Viu, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que se desviou a jumenta do caminho, indo pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. Mas o Anjo do SENHOR pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo muro de um e outro lado. Vendo, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR, coseu-se contra o muro e comprimiu contra este o pé de Balaão; por isso, tornou a espancá-la. Então, o Anjo do SENHOR passou mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita, nem para a esquerda. Vendo a jumenta o Anjo do SENHOR, deixou-se cair debaixo de Balaão; acendeu-se a ira de Balaão, e espancou a jumenta com a vara. (Números 22:22-27)


Interessante isso. Por três vezes a jumenta viu o anjo enviado por Deus, por três vezes ela se desviou dele e por três vezes foi espancada por isso. E depois, por permissão de Deus, ela fala, reclamando do que sofrera.

Mas note bem isto: Balaão era profeta de Deus. Ele tinha contato íntimo com o Senhor, como vemos em várias situações no livro de Números, capítulo 22. Inclusive este mesmo relato que acabamos de ler mostra isso, pois Deus se importava tanto com ele que enviou um anjo para lhe alertar. Agora, por que uma jumenta conseguia ver o Anjo do Senhor, e Balaão, tão íntimo que era do Pai, não percebia nada? Não é estranho?

Às vezes estamos tão cegos, seja por causa do dinheiro, como foi o caso de Balaão (leia Números 22-24 para entender melhor), seja por qualquer outra coisa que queremos tanto, que nem conseguimos visualizar as ações de Deus em nossas vidas. E o pior é que chegamos mesmo a pensar que Deus nem se lembra de nós, e que, por algum motivo alheio a nosso conhecimento, Ele não quer se revelar a nós, nem mostrar Sua vontade.

Mas será que é assim mesmo? A história de Balaão nos mostra que não. Ele estava tão "enfeitiçado" por sua ganância que chegou a conversar com uma jumenta, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. E é assim mesmo que ficamos quando nos deixamos levar por interesses deste mundo que não são a vontade de Deus para nós e que nos afastam dEle.

Portanto, antes de acusar a Deus, olhe para si mesmo. Como está sua vida? Mesmo sendo cristão, você pode estar tão cego ou surdo, que não consegue ver nem ouvir Deus. Que nossa realidade possa ser o oposto da de Balaão. Que busquemos a Deus diariamente, e possamos ouvir com clareza Sua voz a nos falar.

Ouve, povo meu, quero exortar-te. Ó Israel, se me escutasses!” Salmo 81:8
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